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Justiça

Mãe de mulher que espancou enteada de 6 anos diz que não denunciou a filha porque era ameaçada

A mãe da mulher que espancou a enteada de 6 anos, em Porto Real, no Sul do Rio, afirma que não denunciou a filha porque era ameaçada. A declaração foi dada em entrevista exclusiva à BandNews FM. Rosângela Nunes contou que já chegou a ser agredida pela filha, Brena Luane.

Ela revelou ainda que tentou avisar à nora, Gilmara Oliveira de Farias, que Brena não gostava de crianças, e que a menina de 6 anos corria riscos.

A Justiça do Rio decretou a prisão preventiva do casal. A decisão foi expedida pelo juiz Marco Aurélio da Silva Adania, durante audiência de custódia realizada na quarta-feira (21).

O magistrado levou em consideração a gravidade das lesões encontradas na pequena Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, que apresenta “hemorragia intracraniana e sério risco de vir a óbito ou permanecer em estado vegetativo”. A menina está em coma, em um hospital de Resende, município vizinho, e tem quadro de saúde considerado grave, mas estável. Rosângela Nunes já prestou depoimento à Polícia Civil, e apesar de relatar as ameaças que sofria foi autuada por omissão de socorro, já que presenciava as agressões contra a criança.

Ketelen foi espancada por três dias consecutivos pela madrasta. Ela também chegou a ser agredida pela própria mãe, segundo os investigadores. Na segunda-feira passada (19), a menina precisou ser intubada depois de uma sessão de tortura com socos, pontapés e golpes com um fio de televisão, após ter deixado um copo de leite cair no chão. No mesmo dia, Ketelen foi empurrada contra a parede e foi jogada em um barranco de 7 metros de altura. Ela foi socorrida após Rosângela Nunes acionar o SAMU.

No hospital, a mãe e a madrasta alegaram que uma madeira havia caído na cabeça de Ketelen, e que a menina teria “ficado estranha”. No entanto, os médicos constataram que as lesões eram características de agressões. A Polícia Militar foi acionada, e prendeu as mulheres em flagrante. Na delegacia, elas confessaram os crimes. A madrasta, Brena Luane, tem outras anotações criminais por crimes da mesma natureza.

Gilmara contou em depoimento que conheceu Brena Luane em uma rede social em outubro de 2019, e que, depois de nove meses foi morar na casa dela, em Porto Real. A mãe de Ketelen disse aos policiais em depoimento que, no mês seguinte, Brena mudou o comportamento e ficou agressiva. Ela diz que não denunciou a companheira por medo, e que chegou a ser agredida.

Gilmara percebeu ainda que a namorada começou a sentir ciúmes da criança, alegando que recebia menos atenção do que Ketelen. A mãe da criança disse ainda que todas as agressões foram flagradas pela sogra, Rosângela Nunes, que mora com o casal. Gilmara também contou aos investigadores que Ketelen vinha se alimentando há um mês por apenas uma ou duas vezes por dia, por decisão de Brena Luane, e que por isso a criança estava emagrecendo e ficando fraca.

Em depoimento, Brena Luane confessou as agressões, e disse que o relacionamento com a Gilmara era conturbado. Brena disse que a namorada sempre agride a filha, e que em algumas ocasiões, Gilmara proibia a criança de comer e ir ao banheiro.

Na quarta-feira (21), o Ministério Público do Rio pediu à Justiça o retorno do inquérito à delegacia responsável pelo caso, para realização de perícia no imóvel onde ocorreram as agressões e no barranco onde a menina foi jogada.

Fonte: BandNews FM